Mudanças à vista na direção da principal empresa do setor nuclear brasileiro. O atual presidente da Eletronuclear, Raul Lycurgo, decidiu que não continuará mais na companhia. Oficialmente, seu mandato se encerrou em 28 de abril. Ele estava no comando da Eletronuclear desde dezembro de 2023. Nos bastidores do mercado, já há comentários sobre possíveis substitutos. Um dos nomes mais cotados é o de André Osório, atual chefe de gabinete de Lycurgo.
Osório tem passagens pelo Ministério no Ministério de Minas e Energia, onde foi Diretor do Departamento de Informações e Estudos Energéticos. Também esteve na Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e conta com experiência de mais de 20 anos no setor elétrico. Enquanto o nome de Osório tem uma boa aceitação no setor, o outro cotado para o cargo, o atual diretor administrativo da empresa, Sidnei Bispo, enfrenta resistência por parte da maioria dos funcionários da Eletronuclear. Outro nome cotado é de Carlos Henrique Silva Seixas, presidente da Nuclep (Nuclebrás Equipamentos Pesados SA).
Lycurgo chegou à presidência da Eletronuclear em dezembro de 2023. Sua gestão foi marcada por um forte e polêmico plano de corte de gastos, que acabou desencadeando uma manifestação no Centro do Rio de Janeiro e uma greve de funcionários na central nuclear de Angra dos Reis. Além do corte de gastos para equilibrar as contas da empresa, Lycurgo também fechou o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) 2024/2026. Nele, a empresa se comprometeu a converter o Programa de Desligamento Complementar (PDC) em Programa de Desligamento Voluntário (PDV). Para lembrar, o PDC previa o desligamento compulsório de 90 funcionários já aposentados, medida que gerou forte reação sindical. Com a mudança, a adesão passa a ser facultativa.